Capitão América: Guerra Civil | Opinião
- Por Henrique L. Nunes
- 2 de mai. de 2016
- 3 min de leitura

Capitão América: Guerra Civil, o novo filme da Marvel Studios, chegou entregando o que prometeu, excelentes cenas de ação, um roteiro conciso respeitando a áurea da HQ em que é baseado e nos apresentando personagens cativantes que agregam e muito o escalão de heróis do universo cinematográfico da Marvel.
Uma das maiores conquistas do filme é saber aproveitar todo o passado recente do universo cinematográfico Marvel; somado a um evento que acaba se tornando a gota d`água necessária, proporcionado por Ossos Cruzados, acaba sendo o equivalente ao desastre de Stanford nas hqs; para jogar contra os próprios Vingadores, que agora são postos em cheque com a chegada do Tratado de Sokovia, versão cinematográfica da Lei de Registro Super-humano dos quadrinhos. Tratado esse que obriga os heróis a se registrarem e submeterem seus poderes ao governo.
Tony Stark encabeça a iniciativa alegando ser para o bem de todos, sendo o grupo muito poderoso para ficar sem uma supervisão rígida e, como a história nos prometeu, Steve Rogers se opõe, questionando essa suposta autoridade que o governo teria sobre os super-herois, apontando o inimigo a seu bel prazer. Uma afronta à liberdade dos heróis.

Se tratando de um terceiro filme do Capitão América, e não de um “Vingadores 2.5”, temos um foco maior no personagem e nos conflitos dele, envolvendo, e muito, Bucky Barnes, o Soldado Invernal, este que é peça chave no filme para o inicio e resolução do conflito principal.
Vemos um Bucky sendo novamente usado por um vilão meticuloso (vide Capitão América: Soldado Invernal), vivido plo excelente Daniel Buhl, Zemo, um antigo vilão do Cap nas Hqs, aqui interpretado como um sobrevivente de Sokovia, que busca vingança a qualquer custo aos vingadores. O personagem de fato não respeita fielmente sua versão dos quadrinhos, temos um vilão que poderia ser qualquer outro alguém que sobreviveu ao evento em Sokovia e buscava vingança, não “desperdiçando” assim, um bom vilão do Capitão, mas, ressalto que esse detalhe não diminui a presença de Zemo no filme, que é sim crucial para o desenrolar da história.
Havia falado que o filme havia se encarregado muito bem de transmitir a ideologia da Guerra Civil das paginas blocadas para a telona do cinema, mas, além disso, há destaque para mais duas coisas, cenas de luta e apresentação de personagens novos.

Tanto Pantera Negra quanto Homem-Aranha brilharam muito no filme, cada qual com sua missão, o Pantera indo atrás de seu objetivo, sendo super justificável sua participação no #TeamStark, uma vez que na HQ ele é do time dos rebeldes, vemos um T'challa (Chadwick Boseman) determinado em cumprir sua missão, com sotaque forte e uma luta extraordinária, convence como a atual encarnação do Pantera Negra. Mas um dos maiores destaques do filme fica com o amigão da vizinhança finalmente dando as caras e fazendo frente contra os poderosos vingadores do time do capitão, Tom Holland se encaixa como uma luva junto ao time de heróis, os movimentos dados ao aranha, as piadinhas feitas a todo momento, cada cena dele faz qualquer fã de quadrinho ir a loucura! RIP Tobey. RIP Andrew.
Os personagens são muito bem trabalhados, a introdução deles faz jus à expectativa criada na campanha de marketing e o desempenho anima o público para os futuros filmes solo de cada um.
A cena de batalha entre as duas equipes no aeroporto, aquela que foi mostrada incessantemente nos trailers e parecia ter sido revelada por completa, é muito maior e com cenas de ação muito mais longas do que os rápidos recortes mostrados nos trailers. Fora as grandes surpresas que a Marvel guardou (não com muita cautela, vide bonecos Funko) para a exibição nas grandes telas (sim, isso foi uma referência pra quem viu o filme).

O filme encerra com um terceiro ato emocionante, com reviravoltas e recheado de fan-services para o deleite do público. Capitão América: Guerra Civil é sim grandioso, coloca as crenças dos heróis em cheque, os leva ao combate e surpreende com um final emocionante. O filme carrega a sensação de estarmos vendo um episódio de um seriado, como se prometesse voltar na semana seguinte com mais daquele drama. É digno do nome que carrega e amadurece os maiores heróis da Terra, preparando tanto eles, quanto nós, público, para uma épica aventura que ainda está por vir.
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